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Covid-19: Homem perde familiares e fica 51 dias internado até receber alta

Carlos Eduardo de Freitas afirma ter tomado cuidados; aos poucos, vem se recuperando da internação - Acervo pessoal
Carlos Eduardo de Freitas afirma ter tomado cuidados; aos poucos, vem se recuperando da internação Imagem: Acervo pessoal

Maurício Businari

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

04/03/2021 14h45

A história do publicitário Carlos Eduardo de Freitas, 54 anos, morador de Santana do Parnaíba (SP), até poderia ser considerada como apenas mais uma história entre milhões de histórias de brasileiros que já foram contaminados pelo novo coronavírus desde o início da pandemia. Não fosse pelo fato de que ele ou 51 dias internado em um hospital de campanha, 41 deles intubado em uma UTI, enfrentou três infecções hospitalares e sofreu uma traqueostomia, além de ter 55% do pulmão e algumas funções neurológicas comprometidas. Hoje, recuperando-se em casa, luta para se livrar das muitas sequelas deixadas pela doença.

Desde o início da pandemia, Freitas e a esposa, Maria Valéria, tomam todos os cuidados de isolamento social e higienização como forma de evitar o contágio. Até mesmo durante as eleições de 2020, em 15 de novembro. Mas o que ele não poderia adivinhar é que seria impedido de participar do pleito no segundo turno, que ocorreu no dia 29 daquele mês. No dia 26, ele já estaria internado com sintomas graves da covid-19. Silenciosa, a contaminação já havia se dado no pleito anterior.

"Eu encontrei amigos, conhecidos. Mesmo usando máscaras, você sabe... A gente para para cumprimentar e tal. Acho que foi ali mesmo que peguei a doença. Três dias depois, comecei a sentir a garganta arranhando. Depois uma tossezinha fraca, que foi aumentando nos dias seguintes. No sétimo dia, já estava com febre e, como tinha marcado médico para realização de exames de rotina, aproveitei para falar dos sintomas. Foi quando ele pediu o teste PCR", lembrou.

Enquanto aguardava o resultado dos exames, o quadro de Freitas começou a piorar. Já não conseguia dormir com o excesso de dores no corpo, febre alta e muita falta de ar. No 10º dia a partir do primeiro sintoma, foi a um hospital de Santana do Parnaíba e, por indicação da equipe médica, acabou indo parar no isolamento. Novos exames foram realizados, inclusive o teste rápido para a covid-19. O resultado foi positivo.

"Foi quando fizeram uma tomografia e descobriram que eu estava com 55% do pulmão comprometido. Foi um susto. Me colocaram em um balão de oxigênio e me transferiram para o hospital de campanha que foi montado na cidade. Durante três dias, eu e minha família rezamos muito, mas a notícia que veio não era nada boa. Avisaram que o meu quadro estava piorando e que eu tinha que ser intubado."

Foi quando o publicitário, que trabalha na área de vendas do grupo responsável pelo Grêmio Osasco Audax, achou que fosse morrer. Já tinha ouvido muitas histórias, inclusive no hospital, de que quase toda intubação resultava em morte. E não entendia porque ele, sem nenhuma comorbidade, tinha que ar por isso. Enquanto a equipe fazia os preparativos para o procedimento, sua vida inteira ou como um filme em sua mente. A esposa, os filhos adultos, a mãe idosa, a nora, os amigos queridos. Pensou no tempo em que perdeu brigando com algumas pessoas, lidando com frustrações e problemas que, naquele momento, já não significavam mais nada.

"Quando a enfermeira pegou no meu braço para injetar o remédio que me faria entrar em coma induzido, eu disse com toda a convicção do mundo que eu ia voltar. E pedi a ela que dissesse à minha esposa o quanto eu a amava. E para ela me esperar, que eu ia voltar. Depois disso eu apaguei. Só fui voltar à consciência 41 dias, três infecções hospitalares e uma traqueostomia depois."

Visita da mãe durante o coma

Enquanto o corpo de Freitas se recuperava, lutando contra as infecções e sintomas da covid-19, ele garante ter recebido a visita de sua mãe, Maria Conceição, de 87 anos. Ele não sabia, mas ela havia contraído o vírus e também estava internada. No dia 7 de dezembro, morreu. Quando despertou do coma, dias depois, ao ser perguntado pela enfermeira sobre quem era, quem eram seus pais, sua esposa, ele informou que a mãe havia morrido há poucos dias, de covid-19.

"A enfermeira achou estranho, pois como eu poderia saber de alguma coisa se estava em coma? Foi quando ela ligou para a minha esposa, que confirmou a morte dela. O caso virou o assunto da semana no hospital, as pessoas choravam ao saber da história. Isso foi verdade, aconteceu. Minha mãe veio me ver, veio me visitar depois que faleceu. Ela segurou minha mão e disse: 'Filho, não se preocupe. Você vai sobreviver. Eu não estou mais nesse plano, mas vou ficar aqui ao seu lado até você se recuperar. Depois vou seguir meu caminho'."

Sequelas e recuperação lenta

Apesar de aliviado por ter "voltado da morte", pois em dado momento foi desenganado pelos médicos, Freitas conta que a recuperação tem sido lenta, mas bem sucedida. Por ter perdido 15 kg e muita massa muscular, não tinha forças nos braços e pernas. Os exames denotavam deficiência de ferro e diversas vitaminas. O vírus se foi mas deixou muitas sequelas com as quais ele agora luta para superar.

"Tive e ainda estou tendo que fazer muita fisioterapia, tanto física quanto pulmonar. Uma neuropatia periférica me impedia de movimentar as mãos e os pés, ainda tomo muitos remédios para a dor. Os nervos doem. Conseguir me alimentar sozinho foi uma vitória. Reaprender a andar foi outra vitória, até chorei quando consegui largar o andador e dar os primeiros os sem ajuda. E consegui tudo isso graças ao SUS, aos médicos e enfermeiros que atendem pelo sistema público. Meu atendimento foi todo pelo SUS. Então não critiquem, o sistema tem seus problemas, mas ainda é capaz de salvar vidas", defendeu.

Hoje, já com alguns quilos a mais e respirando melhor, Freitas garante que a experiência o fez encarar a vida com um outro olhar. Um olhar mais fraterno, de amor pelas pessoas, de amor pelas coisas mais singelas da vida.

"Hoje eu vejo um por do sol de um jeito diferente. Uma rosa no jardim, o canto de um pássaro... Tudo ficou diferente. Acho que me tornei mais humano, ei a entender que viemos ao mundo não para odiar e brigar uns com os outros. Mas para aproveitar o maior presente que Deus nos deu: a nossa vida. Que possamos todos voltar a amar", celebrou.