Adiamento em Macapá deixa candidatos sem verba e sem alcance nas redes

O adiamento das eleições em Macapá pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a apenas três dias da votação, causou frustração aos candidatos.
Com menos recursos, os concorrentes ouvidos pelo UOL relatam a incerteza de como vão dar andamento às campanhas em meio ao apagão elétrico que atinge 13 das 16 cidades do Amapá desde 3 de novembro. Outro apagão foi registrado ontem por algumas horas.
O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) sugeriu ontem as datas de 6 e 20 de dezembro para primeiro e segundo turno, respectivamente. As datas são consideradas muito distantes pelos candidatos e resultantes de mais gastos.
Os dez que concorrem à prefeitura am uma carta em 14 de novembro pedindo que o pleito fosse adiantado para 29 novembro. Essa data é inviável para o TRE, que alega impossibilidade técnica de apurar os votos do primeiro turno em Macapá com os do segundo turno no restante do estado.
O TSE ainda precisa homologar as datas e publicar prazos para campanha de rua e propaganda de rádio e TV. Com isso, os candidatos estão com dificuldades para fazer um planejamento.
Sem dinheiro
O jornalista Eduardo Neves (PSB) disputa o cargo de vereador pela primeira vez. Ele disse que recebeu R$ 10 mil do Fundo Eleitoral e se programou para usar o recurso em 45 dias.
"O adiamento prejudicou quem tem menos poder aquisitivo. Fazemos um planejamento para chegar até 15 de novembro. Como a campanha se estendeu em um mês, acabou prejudicando muito a gente. Não tem verba."
Ele tenta ajuda da militância. "Vamos apostar em pessoas que têm certo compromisso com a gente. Por hora, mantemos vivas as atividades com nossos amigos e simpatizantes", diz.
O candidato a vereador Ramilton Farias (DEM) tem a mesma lógica. "Nossa campanha é pequena com apoio apenas da família e simpatizantes. Entrei com a bandeira da esperança e agora estou com a da resiliência."
Foi tudo por água abaixo porque não sabemos nem quando será a eleição e a campanha está parada
Ramilton Farias (DEM), candidato a vereador
Campanha nas redes sem internet?
Com a verba curta, os candidatos migraram para as redes sociais, já que a campanha de rua exige custo com pessoal, transporte e alimentação. Mas o alcance acaba limitado pela falta de energia.
"Isso nos pegou de surpresa. O apagão afetou toda a população. Em relação ao nosso trabalho, estamos agora em replanejamento", diz Maraína Martins (Podemos), que tenta a reeleição para um segundo mandato.
Janaína Corrêa (PCdoB) diz que vem lidando com a falta de recursos desde o início da campanha. Ela conta que a maioria da sua militância é voluntária, o que a fez estabelecer uma base digital nas redes sociais antes do adiamento. A ideia agora é intensificar essa estratégia.
"O que tem salvado candidaturas sem recursos, são as redes sociais. Mas, sem energia, não tem internet. Isso é até maior que o problema do adiamento, pois ficamos sem nosso único campo da atuação", afirma.
Entre os prefeitos, igual indefinição
Na disputa para prefeito, todos os postulantes aceitaram o adiamento da votação, mas discordaram da data por prolongar muito a campanha.
Já o publicitário e consultor político Carlos Sérgio, que coordena a campanha de Patrícia Ferraz (Podemos), apontou para o teto de gastos como empecilho para definir o cronograma.
"Para montar um planejamento, temos que possuir um teto de gastos, mas ninguém sabe ainda como vai ser. Sobre a militância, isso é um balde de água fria. Nossa militância já trabalhou 45 e agora temos quase mais 30? E quem for para o segundo turno, vai ar o Natal pedindo voto ou presente?"
Dr. Furlan (Cidadania) reclama que a demora do TSE acaba deixando a campanha parada. "Todo o cronograma foi modificado. A campanha está prejudicada", diz.
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